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João Fernandes
João Fernandes

ENTREVISTA DE HILTON MENDONÇA COM JOÃO FERNANDES

HM – Caro João, sei que Arari ocupa espaço importante na tua e na vida de quase todos que lá viveram. No entanto, percebo que pouco é escrito a respeito da história arariense, em seus detalhes. Em razão dessa lacuna, venho fazendo entrevistas com cidadãos daquela Ribeira do Mearim, a fim de registrar fatos e personagens que ajudaram a edificar aquela história. Quando a tua família foi morar em Arari, como era composta e do que vivia?

JF – É com muita satisfação que atenderei sua entrevista e espero contribir com seus anseios, agradecendo a deferência e ao mesmo tempo registrando a importância do seu site, pois ele está proporcionando localizar alguns conterrâneos que há tempos não se tinha noticia e, por conseguinte se estabelecer um intercâmbio de informações. Tentarei enriquecer com bastantes detalhes, daí ela ser longa, ficando à vontade para cortar os excessos, considerando o conhecimento jornalístico que você tem. Para que conheçam bem minha historia com Arari, vou começar com minha descendência.   Eu sou filho de Enéas Garcia Fernandes, conhecido como Zezinho da Mata, por ser filho de Joca da Mata (Nascido em Arari, em 1890, e falecido em 1936, e IRMÃO do velho Tuneco, pai de João de Tuneco, que era pai de  Professora Conci),  nasceu em 1905, no casarão que era de Joca da Mata, que atualmente funciona a Câmara de vereadores. Sua mãe era Alice Adélia Garcia Fernandes, filha do saudoso João Inácio Garcia e irmão do barriguista Antonio Anízio Garcia. A Minha mãe era Zilda Garcia Rodrigues Fernandes filha de Raimundo Rodrigues (Nhozinho) e Ana Garcia Rodrigues (Anica) filha também de João Inácio Garcia, conhecida em Arari como professora Didi Fernandes. Minhas avós paternas e maternas eram irmãs, daí meu pai ser primo de minha mãe. Meu avô Joca da Mata era criador, agricultor, caçador (Quando Arari ainda tinha caça!) e pescador em Arari. Seus vaqueiros de confiança eram o Teófilo Cafu, o Manoel Cascavel (pai de Domingos Cascavel e avô de Da Graça) e Teodoro Fernandes, falecido em 2005, com 110 anos. Meu avô morreu em 1936 e meu pai assumiu a paternidade da família, continuou as atividades do pai, depois andou embarcado, após ter construído a lancha São Pedro em Arari e, em 1957, se mudou definitivamente para São Luis, onde montou uma marchantaria com seus irmãos, ficando seu irmão Tuneco tomando conta das suas coisas em Arari e eu assumi em 1974, quando me formei; seus irmãos eram todos ararienses, Zezé Ribeiro, esposa de Luis Ribeiro (Pai de Nezico Ribeiro), já falecidos, Justina Fernandes (Bembém) ex-prefeita em Arari em 1955, casada com Pedro Rodrigues (irmão da minha mãe) já falecida, Isabel Carneiro (Biloca), mãe de Cleomenes Carneiro, que foi o fundador e primeiro presidente do Grêmio Arariense dos Estudantes (GAE), atualmente Fundação Cultural de Arari, casada com Francisco Carneiro, do Pindoval, já falecidos, Otamires (Bibi) Ribeiro, esposa de Zé Ribeiro, já falecidos, que era sócio da lancha São Pedro, com meu Pai, e pais do Doutor: Zé Luis Ribeiro, que possuía aquele hotel onde hoje é a Secretaria Municipal de Educação de Arari, Ilda Fernandes Fontenelle, casada com Francisco Fontenelle; casou em Arari, teve dois filhos ararienses e depois se mudou para Fortaleza. Estes todos, com exceção de Ilda, moraram muito tempo em Arari; depois se mudaram para São Luis. José Garcia Fernandes, que se formou em Química Industrial, ainda encontra-se vivo e Lygia Fernandes (Já falecida), Quilda Fernandes Coutinho, casada com Doutor Coutinho (médico já falecido); Raimunda Garcia Fernandes (Mundoca) não casou, mas, já faleceu; Antonio Garcia Fernandes (Tuneco), já falecido, casado com Zila Batalha, foi o único que continuou morando em Arari; sua casa é atualmente a residência de Jorge de Eliezer e onde praticamente passei minha juventude, daí ainda ser conhecido por João de Tuneco. Anilde Garcia Fernandes, médica, também não casou e Raimunda Aldazina(Dada), casada com Jesus Ribeiro (já falecido) e mãe dos deputados Pedro Fernandes e Manoel Ribeiro. Para você ver Hilton, como naquela época Arari era tão pequeno, que só a titulo de curiosidade, três irmãos (Luis Ribeiro, Zé Ribeiro e Jesus Ribeiro), casaram com três irmãs (Zezé, Bibi e Dada). Meu pai, semi-analfabeto, ajudou a criar todos os irmãos; após a morte do meu avô, residia na casa que hoje também é de Jorge de Eliezer, na rua João Inácio Garcia e formou todos os filhos, vindos a falecer em 2003, com 98 anos.

 HM – Tu e tua família estudaram em que colégio, em Arari? Quais as escolas que existiam naquela época?

JF – Meus pais tiveram 8(oito) filhos: quatro mulheres, e depois de nove anos, mais quatro filhos: dois homens e duas mulheres, gêmeas. Eu sou o caçula, nascido em 1951. A minha mãe, professora Didi Fernandes, era Diretora do Colégio Arimateia Cisne, onde eu estudei parte do meu primário, pois ela era adversária política do Padre, por causa do seu tio Antonio Garcia, e não permitiu que estudasse no colégio do Padre. Depois vim estudar em São Luis, nos Maristas, e com 19 anos passei no vestibular de agronomia, em Belém, e fui morar lá. Um fato interessante é que em 1970 a república que eu morava em Belém ficava bem próximo da casa do seu Enilde Ribeiro, que também se mudou para Belém, em 1970 (Como você vê, os ararienses sempre se encontram...). Minha mãe, antes de romper politicamente com o Padre, fundou e foi a primeira presidente da ADC, Associação da Doutrina Cristã. Minha mãe foi professora de diversos ararienses que ainda estão vivos hoje: Dr. Kleber Moreira, Salvador de Pemba, Raimundo de Mário, Benedito Muniz etc. 

HM – Quais os prefeitos ararienses que tu conheceste e o que tu poderias falar sobre a administração de cada um deles?

JF – A minha tia Justina Fernandes (BEMBÉM), quando prefeita, morava com meus pais, inclusive o Padre Clodomir morava numa casa (Hoje memorial Pe Brandt), que pertencia a Justina Fernandes, onde funcionava seu comércio e, depois, doou a Paróquia, mas ele tomava naquela época o café da manhã, todos os dias, lá em casa. Minha mãe, embora adversária dele, sempre se deram bem e não misturavam política, já que sua cunhada, Bembém, além de prefeita do lado do Padre, residia lá em casa.  Eu, embora bem pequeno, ainda me lembro desses fatos, pois nessa época eu morava em Arari, mas sobre sua administração, eu tenho informação do pessoal mais antigo, que foi uma boa prefeita. Ela fez reforma agrária, mandando fazer cercado para lavradores, levou pela primeira vez energia para Arari, comprou um caminhão para a prefeitura (Nhô Dico era o motorista), levou um médico para Arari, doutor José Leão, cujo consultório era no salão da nossa casa (ainda me lembro dele). Sobre os outros administradores, a partir de dona Maria Ribeiro, acompanhei bem a recuperação da cidade, após a enchente de 1974, pelo Biné Abas, onde Arari estava arrasada. Dico Caiçara foi quem começou a piçarrar as ruas de Arari, obedecendo a um alinhamento técnico, inclusive mandaram derrubar um pé de figueira da época do meu avo, em frente a minha casa para alargar a Rua João Inácio Garcia, onde peguei muito periquito no visgo e pipira, rsrsrsr;, hoje, essa árvore faz falta a Arari (Ela está nas suas fotos, do IBGE-1950). E os outros prefeitos, Domingos Batalha, Leão, Horácio, Rui e Mindubim, acho que o Leão nas suas primeiras administrações trabalhou bem e o Rui Filho também fez uma boa administração municipal.

HM – Ao tempo de estudante, quem eram os teus amigos/amigas? Como e onde se divertia aquela juventude?

JF – Foi um dos períodos mais felizes da minha vida. Meus amigos de infância, graças a Deus, eram muitos. Citarei alguns, mesmo correndo na indelicadeza de omitir outros, onde desde já peço perdão: Paulinho de Ozita, João Carioca, Ozilio de Salma, Biba de Salma, Ronca, Colhega, Zé Dico Soldado, os irmãos Francisco Augusto e Chagas (meus primos), Coronel Cascavel, William Sousa, Zé Ericeira, Da Graça (roubamos muito galinha, na véspera do natal, das casas), rsrsrsrsrsrsrs, brincadeira antiga em Arari, os finados Côco e Suzi, e por aí vai. As amigas de mesma forma, Santa, Mary e Ester Salomão (filhas de seu Oendel Silva e Dona Salma), Maria Célia Abas, Gracimar, Mary Labibe, Marli Cutrim, Graça Martins. Nos divertíamos muito em passeios de canoas, pic-nic no Barreiros, e na época de São João, as quadrilhas eram levadas mais a sério, pois quem comandava e era muito brabo, era um compadre de meus pais, João Canoa (Pai de Maçalino, Manezinho, residentes ainda no Manoel João). Fizemos muitas festinhas naquela época, nas casas onde possuíam salão (morada inteira), de meu pai; Zé Soares, Luis Ribeiro, Nezico Pestana, Chico Garcia etc., com radiolas a pilha, nas tardes de sábado ou domingo, quando se fazia à noite usava-se o famoso Petromax e posteriormente a energia da CERNE, mas a energia era só até dez horas da noite. A comunicação que a luz ia acabar era através de três sinais de falta de luz. O banho de rio, com as lavadeiras lavando nos bancos, era bom demais. No casino, existia uma festa dançante todo final de ano, que era a festa dos ararienses que se formavam (naquela época a formação podia ser do ginásio, cientifico, professora e até nível superior, mas era mais raro porque São Luis possuía poucas faculdades. Outra grande opção da juventude na época era ficar na praça da matriz, dia de domingo, após a missa das cinco horas ou namorando ou paquerando rsrsrsrsr. A gente jogava também muito o vôlei na quadra da Praça, onde hoje é o Bradesco; peladas no antigo campo de futebol (Hoje CEMA), e o um campo cheio de torrão, que às vezes a gente esquecia a bola e chutava os torrões rsrsrsrsrs. Outro grande divertimento eram as viagens de lancha, principalmente para São Luis, onde tivemos o privilégio de ver a pororoca de perto, a vinda dos estudantes nas férias ou à volta na lancha sempre era cheia de muita bagunça.

HM – Tu achas que Arari poderia estar mais evoluída se o pe. Brandt tivesse sido eleito prefeito? Por quê? Quais são as lembranças mais significativas que tu tens dele?

JF – Sobre o pe. Brandt, acho que todos nós arariesens temos obrigação de ser-lhe grato, pela educação que ele implantou em Arari e que era reconhecida em todo o Maranhão e até fora dele, e a prova são os talentos ararienses existentes. Eu tenho uma opinião própria de não concordar que a igreja se envolva com política, principalmente no Brasil, onde os políticos não merecem credito e já imaginou perdermos o credito de um pároco no interior? E mesmo quem toca sino não acompanha procissão, já dizia meu pai. Convivi com ele mais na juventude e achava que a sua doença pela política prejudicaria a sua administração, pois ainda praticava aquela política de vingança aos adversários e não de negociação. Administrou muito bem a paróquia de Arari, mas esse ranço, como exemplo, suspender as festividades da Festa de Bom Jesus, aquela agressão física que ele fez ao João Batalha na porta de sua casa, por causa de política, eu me lembro que usava a voz de Arari para falar mal, com palavras de baixo calão, do Antonio Garcia; me preocupava muito em assumir uma prefeitura, chamava na Voz de Arari os estudantes do Grêmio Arariense de Estudantes de comunistas etc., mas não podíamos esquecer-nos da sua competência. As lembranças mais significativas que eu tenho dele eram as semanas de arte que promovia em época de férias dos estudantes e que nós participávamos fazendo alguns teatros; ele organizava no pátio, atrás da igreja, as brincadeiras de pau-de-sebo, Quebra-Pote. Lembro-me uma vez que num dos potes eu e Francisco Augusto Garcia colocamos um pão de caba dentro, rsrsrsrsrsr, o padre ficou furioso e foi fazer queixa para Tuneco e para a professora Diquinha Marques, que era a mãe de Augusto.

HM  - Quais as brigas políticas que tu lembras, ocorridas em Arari?

JF – Como falei antes, ainda me membro do Padre na Voz de Arari e nos sermões atacar Antonio Garcia. As brigas do Padre com o grupo de Leão, daí ele ter suspendido as festas de Bom Jesus, e ter-se criado o Festival da Melancia, e mais recentemente as agressões em publico do Leão e Rui Filho. Eu nunca me envolvi na política de Arari por esse tipo de prática utilizado, um grupo de amigos ainda me incentivou na eleição de Mindubim a ser candidato, mas o grupo dominante da política na época me deu a rasteira. E na ultima eleição, meu filho Lucio Flávio, que se candidatou a vereador, teve votos suficientes para se eleger (552 votos), mas ficou suplente, por causa da coligação.  Desde que me formei, por onde trabalhei, sempre ajudei Arari (Em anexo lhe envio algumas ajudas que fiz por Arari), sem objetivos políticos e sou muito criticado porque conseguia as coisas e os políticos faturavam, mas para mim, o importante era e é o bem-estar dos meus conterrâneos.

HM – Quais os personagens ararienses, já falecidos, que tu conheceste e que se destacaram de alguma forma, em Arari?

JF – Eu citaria o Davi Maciel Santos, meu contemporâneo e um profissional (Formado em Administração) competente e reconhecido nos cargos que exerceu no Estado; A professora Conci, pela sua dedicação a educação em Arari. Zé Martins, que contribuiu muito com a cultura de Arari através da música; O doutor João Lima, que cursou medicina com muito sacrifício e logo após ter-se formado foi trabalhar em Arari, contribuindo com a saúde do povo de Arari; Doutor José Benedito Prazeres ajudou muito Arari, quando foi Secretário de Estado do Interior; José Soares, que como alfaiate, criou todos os filhos e depois de ter criado todos eles, colou grau em nível superior, culminando como escritor; é o autor do livro Ressonância de Ecos.

HM – Quais os teus professores, na época em que estudavas em Arari?

JF- Meus professores eram a minha mãe, Diquinha Marques e Raimunda Ramos; apanhei muito de palmatória, rsrsrsrsrsrs.

HM – Outrora, Arari foi um grande produtor de arroz e de melancia, produção essa que não mais se repete, como antes. O que aconteceu, no teu ponto de vista?

JF – No meu ponto de vista, acredito que infelizmente o produtor arariense, por culpa de seus governantes, não teve acesso à tecnologia agrícola disponível. Antes, Arari possuía muitas matas e o agricultor praticava aquela agricultura nômade, a cada ano desmatava, queimava e, no outro ano, fazia a roça em outro lugar. Quando queimava as matas, possibilitava o solo oferecer alguns nutrientes principalmente potássio. Com fim da fronteira agrícola, como não existia mais mato, a produção agrícola, para se tornar rentável, o nosso agricultor teria de ter acesso aos instrumentos tecnológicos disponíveis, mecanização agrícola, sementes selecionadas, mecanização e uso de adubação, já que com o uso intensivo do fogo nosso solo ficou mais pobre em nutrientes. E a situação piorou com a globalização, onde os agricultores alem de produzir, teriam que competir, pois o mercado aberto abriu espaço para os produtos nacionais e internacionais, então como é que nessas condições o agricultor arariense pode concorrer com o arroz tio João, vendido nos supermercados e quitandas, mercearias etc.? Nunca! Antigamente não havia exigência na qualidade dos produtos, mas hoje o consumidor é quem dita às normas, e o nosso lavrador ainda continua produzindo aquele arroz de subsistência e uma farinha de má qualidade, sem nenhuma assistência técnica.

HM – Qual a tua ascendência e a tua descendência?

JF – Eu me casei em 1974, com 23 anos de idade, com uma paraense; possuo três filhos, três noras (uma arariense, a esposa do Eneas Neto, filha de Iara Soares), quatro netos, na véspera do quinto.

Esposa: Sandra Nazaré Azevedo Fernandes.

Filhos: Lucio Flavio Azevedo Fernandes e esposa Gabriela Fernandes e os filhos Bruno e Manoela; Enéas Garcia Fernandes Neto e esposa Lilian Soares Fernandes e o filho João Arthur. João Victor Azevedo Fernandes e esposa Vanessa Rodrigues Fernandes, a filha Alice e a que vai nascer, que deverá ter o nome de Helena.

A minha descendência já coloquei acima.

HM - Que outras lembranças do Arari tu gostarias de deixar registradas?

JF- Vou registrar algumas que são inesquecíveis>

1-    Minha tia Biloca (irmã de meu pai) faleceu no começo do ano de 1966, e naquela época o luto era muito rigoroso; eu morava na casa de Tuneco e passei as férias do fim do ano proibido de brincar. Mas, no Carnaval, minhas primas Gracinha e Conceição Garcia, filhas do finado Vadeco e netas de Antonio Garcia, me chatearam tanto que na segunda-feira de carnaval fui ao bar de Justino e enchi a cara de cachaça (Naquela época cerveja era difícil) e fui para o Casino, aí pedi para as meninas só me avisar quando fossem quatro horas, que eu tinha que ir pra casa. Resultado: já me avisaram 5 horas! Eu entrava na casa de Tuneco pela janela da dispensa, só que queimado, pulei, caí em cima de varias latas de querosene, vazias, rsrsrsrsrsrsrs, aí tu imaginas a zoada... nessa hora, fiquei bonzinho! Eu sei que Tuneco morreu e nunca me falou sobre o fato.

2-    Um fato que também não me esqueço foi de Zequinha Martins. Ele se escondeu no Mururu e mandou espalhar que tinha morrido afogado, no rio, e o Arari todo, na beira do cais, e pessoas procurando seu corpo, foi um verdadeiro alvoroço na cidade. Depois apareceu e segundo ele me disse, que fez para saber se o povo de Arari gostava dele. rsrsrsrsr.

3-    Dodó Ericeira tinha um sitio na Trizidela onde possuía muitas fruteiras, mas não permitia que alguém apanhasse frutas. Eu, com os amigos e amigas, íamos pra lá para roubar frutas. Teve um dia que eu e minha prima Gracinha Garcia ficamos pendurados numa mangueira das 10 horas da manhã às duas da tarde, sem poder descer, por que Dodó tinha um boi brabo e ele foi pastar justamente debaixo da mangueira rsrsrssr.

4-    Em Arari, tinha uma brincadeira que já era tradicional que era de roubar galinha, pato e peru, nas vésperas de natal, e comer em algum lugar. Eu, Tonico, Augusto, os finados Silva (filho de Dona Salma) e Côco, e outros planejamos roubar um peru, no quintal da casa de Tonico Santos, onde hoje funciona um órgão da Prefeitura; aí, fizemos o sorteio e eu fui sorteado. Nós pegávamos os animais, usando o amoníaco, aí, pulei o quintal, anestesiei o peru (que era bicho barulhento) rsrsrsrsrs, e trouxe. Só que eu tinha marcado com o pessoal para nos encontrarmos na rampa, em frente à igreja; aí que fiquei apavorado: como iria passar aquela rua todinha com este peru? Você sabe que naquela época e até hoje o povo tem a mania de se sentar nas portas das casas e imaginei passar em frente à casa de Miguel Salomão, pois Janoca Salomão (umas das maiores amigas queridas que tive em Arari e que Deus a tenha) tinha uma língua grande demais rsrsrsrsrs. (Se ela pudesse ler esta minha colocação ía me chamar só de mau elemento, sem-vergonha etc. como fazia, pois eu lhe atentava muito). Ah tempo bom! Resumindo: arranjei um cofo grande coloquei o peru dentro, coloquei por cima da minha cabeça e atravessei a rua cachingando tipo um aleijado rsrsrrsrsrs, mas mesmo assim nossa Janoca falou: esse alejaido deve tá muito bêbado. Rsrsrsrsr

5-    Outra história interessante foi de outra grande amiga querida, Ozita, de Paulo Ferrolho: Morreu me chamando de senvergonha, porque eu aporrinhava muito ela, contando que quando ela foi a São Luiz foi comprar um tecido, nas Casas Pernambucanas, e viu um Manequim com um tecido nas mãos, aí ela perguntou: “Moço quanto custa o metro deste pano?” Como o manequim não falava, ela disse: “Ave Maria, como este pessoal da cidade é mal educado” rsrsrsrsrsrs. Até outro dia estava relembrando esse caso e outros com sua filha (outra grande amiga) Cota de Cícero.

Hilton vou parar por aqui, pois se eu for falar mesmo dos meus tempos em Arari vai o dia todo, talvez até semanas. Muito obrigado por essa oportunidade, afinal recordar é viver, e lhe confesso que ao responder esta entrevista, ocorreram-me muitos risos e rolaram muitas lágrimas de saudade, principalmente dos parentes e amigos que já se foram. Como você sabe, “A DISTANCIA CAUSA SAUDADES, MAS JAMAIS ESQUECIMENTO”.

Um forte abraço do amigo João Fernandes.

 

ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE JOÃO FERNANDES AO MUNICIPIO DE ARARI.

 

► Na administração do prefeito Domingos Batalha fiz a doação de um terreno  que pertencia ao meu pai para construir um estádio de futebol, que hoje leva o nome de Estádio Manoel Ribeiro, pois a área do antigo campo de futebol seria construído, como foi, o CEMA- CENTRO EDUCAIONAL DE MARANHÃO pertencente à SEDUC.

 

► Como Superintendente do SPE, atualmente NEPE (Núcleo de Programas Especiais), colaborei na estruturação da Cooperativa Agropecuária de Arari-Anajatuba-COOAA, através de convênios, na aquisição da sede, aquisição de um trator agrícola, com implementos, e aquisição de um  caminhão ¾. O Presidente da Cooperativa na época era o senhor Ademar Pokteer, que ainda reside em Arari.

 

► Ainda como Superintendente, através do Programa PDSFN (PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FUNDIARIO NACIONAL), em parceria com o ITERMA, regularizamos inúmeras áreas para assentamento, aliás, todas 14 (quatorze) áreas de assentamento de Arari, do estado, tiveram a minha participação   (As áreas foram Manoel João, Bacabalzinho, Enseada do Engenho, Felix, Varame I e II, Muquila, Jiquiri, Piçarreira). Além da regularização fundiária, vários projetos de infraestrura e agrícolas para as comunidades eu contribuí.

 

 ► Na época de Diretor Técnico da ex-COMABA,(Companhia Maranhense de Abastecimento), consegui diversos implementos agrícolas, que foram doados aos agricultores.

 

► Como assessor especial da Governadora Roseana, no seu primeiro mandato, executava o Programa CARAJÁS, em convenio com a VALE, e levamos só para Arari na administração Rui Filho.

1-      Recuperação das estradas vicinais para os povoados, Moitas, Ilhota e Aranha em convenio com a prefeitura Municipal;

2-      Construção do atual Mercado Municipal, em Convênio com a prefeitura municipal;

3-      Construção da Fábrica de Mesocarpo de Babaçu, que leva o nome da minha mãe, em convênio com a Associação da Doutrina Cristã, dirigida pela Igreja de Arari;

4-      Eletrificação dos povoados Félix, Paiol, Estirão Grande, Santa Inês e Macaquissal.(Convênio com a prefeitura municipal;

5-      Construção, em sistema de mutirão, com a comunidade de Manoel João, de 96 casas de alvenaria. (Convenio com a comunidade);

6-      Construção, em sistema de mutirão, com a comunidade de Bacabalzinho, de 42 casas de alvenaria. (Convenio com a Comunidade);

7-      Inicio da construção do cais,  em convênio com a prefeitura municipal;

 

8-      Construção da estrada vicinal que dá acesso ao povoado Flecheiras.

 

 ► Como Gerente da Agricultura, no segundo mandato da Governadora Roseana, regularizou as glebas Jiquiri e Piçarreira, que hoje pertence às comunidades. Distribuição de sementes, implementos agrícolas, tratores e apoio a diversos Festivais da Melancia. Apoio irrestrito ao dr Reginaldo Santos, no trabalho de pesquisa, sobre o plantio de arroz nas várzeas de Arari.

 

► Como secretario adjunto da SEAGRO da dra Conceição Andrade e depois o dr Lemos, consegui:

1-      Construção da Escola Família Agrícola, no povoado Manoel João;

2-      Construção da estrada que dá acesso ao povoado Curral da Igreja (onde é realizado o Festival da Pororoca), incluindo a eletrificação  e também  a eletrificação do Povoado Campo do Carmo;

3-      Projeto de Piscicultura da Comunidade da Trizidela;

4-      (Diversas Casas de Farinha, miniusinas de arroz, projetos de galinha caipira etc.).

 

► Como superitendente de Fomento no Governo Jackson, instalação de um stand da SEAGRO9 -  Secretaria de Agricultura Pecuária e Pesca), no Festival da Melancia.

 

► Como Secretario Adjunto da Agricultura (SAGRIMA), no atual Governo da Roseana,  foi construído e equipado o escritório local da AGERP, com equipamentos e pessoal.

 

► Fui Presidente, por três anos, da Fundação Cultural de Arari, Secretario de Planejamento municipal de Arari, na atual adiministração do Leão Santos e coordenador do Projeto Conhecimento, da Fundação Vale.

 

 Conseguimos, agora no Governo da Roseana, pela amizade  com o amigo Raimundo Vale, secretario adjunto da SEDUC a promoção para nível superior, de 26 professoras em Arari.

  

Tem mais coisa , mais fica por aqui.